24
Ago13
Ouro negro
Otília Martel
Chovem pirilampos
nas sílabas que se entrecruzam
linha a linha
no pensamento da palavra
e nos sons esculpidos
pelo bosque silente da aurora.
No rulhar dos pássaros entre
o viçoso verde do arvoredo,
Mãe Gaia, entre rocha e lava,
chora a diáspora sangrenta
que, da entranha da terra,
o ouro negro é causador.
Subsiste uma luta pagã
entre gigantes e deuses
no limite intangível da
natureza e todos os homens
submergem na fria mortalha
que o planeta lhes reservou.