Na possibilidade dos impossíveis…
Imagem de Katarzyna Widmanska
Gosto do fresco do Outono nestas manhãs de Primavera.
Sinto o vento bater-me no rosto e, como uma carícia, o Sol pousa em mim.
Sinto a tua presença a meu lado. Vem. Dá-me um momento de ti.
O vento revolta o meu cabelo. Ou serão as tuas mãos?
Sinto o teu cheiro dilatar-me os poros e deixo-me cair nos meus sentimentos.
A tua boca aproxima-se da minha… já ávida da tua.
Colo-me ao teu corpo desejando que este momento não pare.
Um frémito percorre-me e, pouco a pouco, todas as sensações explodem em mil ritmos e estou ali a desejar que me possuas, que desfaças em mim todas as ondas do teu querer.
Sinto os teus lábios percorrerem o meu corpo e, impulsivamente, volto-te deixando que a minha língua tome conta de ti.
Sacio a minha fome do teu sabor, do teu corpo, explodindo num frenesim que te faz sorrir.
- És uma selvagem, leoa!
Mergulho a cabeça no teu colo espalhando o meu cabelo que acaricia todo o teu corpo.
Sinto as tuas mãos agarrarem-me fortemente a cabeça, pressionando para que fique.
Sacias-te nos meus lábios, enquanto a minha mão percorre os cantos mais íntimos do teu corpo, fazendo-te gemer de prazer.
E, cada vez mais louco, aproximas-te de mim, possuindo-me como se eu fosse a tua própria carne.
As nossas almas fundem-se num grito de êxtase que nada pode deter.
O desejo intenso em nós não se sacia de uma só vez e retomamos a viagem até à exaustão do nosso querer.
Abro os olhos e sorrio, mergulhando em ti o meu olhar.
Tu és o meu oceano, a minha fonte jorrante.
Na possibilidade dos impossíveis, como é bom sentirmos o nosso corpo vibrar.
(texto de 21.Agosto 2005, originalmente no Eternamente Menina II)