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Alma Minha...

Arquivo de sonhos e memórias.

Alma Minha...

Arquivo de sonhos e memórias.

07
Fev20

Mar vibrante

Otília Martel
Eu e o Mar.jpg

 


Sacudo o nevoeiro que trilha meu corpo.  
Fixo o mar prateado onde apetece mergulhar
e nas suas ondas,
perigosamente vibrantes,
deixo-me embalar.


Vigilantes gaivotas
em rodopio, ousam voar,
alertas de um tempo biológico
que não pára de girar.


Cativa do som das ondas, 
do mar que ouve meu canto,
embalo-me madrugada dentro
no murmúrio do fascínio
que me quer despertar.

 

 

Poema escrito em 17/09/2013 

10
Dez17

Pingos de chuva

Otília Martel

Gosto de sentar-me no chão ouvindo o estalar da madeira soltando faíscas, enquanto o frio nos vidros desliza como pequenas bolas brilhantes.
Nesta calma acabo o vinho do jantar enquanto mordisco o resto do queijo que a filhota trouxe.
A noite torna-se mais bela mesmo sem estrelas a brilhar.

Pingos de chuva

Pingos de chuva.
Gotas frias em calor
Labaredas de corpo sedento
Música em alma presente.
Sentimentos.
Saudade. Pronuncia. Vida.

Somos
maré-cheia dos dias.
Ondas magnéticas de cor
que embaciam meus olhos
castanhos, cor da madeira.

Chama viva que aquece
o corpo que fomos
a música que sentimos
a paixão que aconteceu.

Pingos de chuva.
Ardentes.

16
Ago13

Amanheço-me

Otília Martel

Amanheceu chuvoso como se o planeta chorasse todas as incompreensões do mundo…   

Pintura de Francine Van Hove

  Pintura de Francine Van Hove

 

Amanheço-me

na penumbra de Outono 
em dias de Verão
quando o sol do meio-dia 
ainda chora 
os vorazes dias da terra
alongando a sua ausência
nos espelhos de água 
onde se projectam emoções freudianas 
dos que se olham, 
largamente, 
em narcose acentuada.

Amanheço-me
em desejo do intenso sol 
projectando a vivaz alegria 
de uma vida simples e decantada.  

07
Ago13

PLACIDEZ

Otília Martel
 
 

Olho-te em silêncio.


Sejas quem sejas sob meus olhos semicerrados
clarividentes de palavras enfeitadas de pronuncias
opostas, mágicas, no sentido que se dão, a todas elas.

Perscrutas instantes em torno do espírito primitivo
ambíguo de desejos insaciáveis, corpo em corpo,
pele, pálpebras cerradas, energias prudentes que fluem 
no âmago do sentido refrescado pela brisa que corre do mar
onde gaivotas descansadamente procuram abrigo na imensidão do areal.

Olho-te em verbo.  
Como quem olha as promessas de um livro branco.

Leio-te, sem te ver.  
Nas palavras repetidas, de outros lugares, de outros rostos,
locais sem nome, sem título, iluminados que sejam pela máscara da nudez do incerto.
Fénix que precede como um grito que brota do inominado circuito que orquestra os sentidos.

Conjuga o verbo conhecer e ter-me-ás.

16
Jul13

Pés na Areia

Otília Martel
Óleo de Zita Dantas
Óleo de Zita Dantas
 
 
Há um encanto nas palavras nascidas

do ocaso do tempo

como brisa refrescante

no entardecer de verão.

 Há um sabor a sal na pele do anseio

que toca levemente o pulsar da razão.

 E há a força trespassando a sinfonia

que solta o sentimento

(das estrelas cativo)

onde o desejo se funde no corpo opaco

do pensamento.

 A noite precede o dia onde tudo se clarifica.

 Pés nus na areia fina

nas ondas do mar

me reinvento.

 

25
Mai13

Rota da vida

Otília Martel
 
 
Desço ao rio mais profundo do meu sentir.

Banho-me na água das lágrimas 
que transformei em estrelas.

Pés descalços
na pedra fria 
calor de beijo
que aquece minhas veias.

Flocos de neve
que o sol derrete
na música que toca
meu coração.

Ouso
enfrentar tempestades.
Multidão de sentimentos
que se aninham 
no meu pensamento.

Liberto-me.
Sigo a rota da vida. 

 

Poema escrito ao som de um tema dos Nightwish

20
Nov11

Sentires...

Otília Martel
Steve Hanks

 

Olho-te como se fosses uma estrela,
um arco-íris a colorir a frieza dos sentimentos
de um deserto sem oásis,
de um rio de seco leito.

Amo-te…
como o mar ama as ondas
que através da espuma
a areia fina vem beijar.

Sinto-te…
no último sentimento que minha alma chora
depois da negrura de todos os outros
que, dia a dia, me assombraram.

Na paz do silêncio que a palavra sente
amo-te como se ama tudo o que passou
e que a nossa alma singela albergou.

24
Set10

Remanescência de Vida

Otília Martel

Imagem de Marina Filipovic

 

 

Na suavidade da música que, como espuma,

toca a areia mansamente e permanece no ar,

lentamente, espraio o olhar, no momento em

que sinto a brisa do vento o meu corpo beijar.

 

De coração descalço de sentimentos amorfos

corro através do campo verde da minha alma

que se confunde com a fresca aragem  do mar

dominando devagar  o meu corpo e me acalma.

 

Prossigo nas asas do sonho, entre nuvens e terra.

A fragrância que se espraia para lá do impossível, 

toca os sentidos da minha memória que se desnuda

 

na pulcritude etérea do firmamento onde nada e tudo

é possível, (a profundeza do sentimento remanesce),

no exacto momento que o pensamento se pensa mudo.

 

 

 

(memórias de mim...)
22
Set10

Outono

Otília Martel

 

Findou o Verão

tempo de sol  mar

sorrir... beijar.

 

O Outono em seu lugar

saudações enviou

fazendo acreditar

que a esperança não morre

no coração de quem

já não é criança e confia

ainda na palavra Amiga

no Abraço oferecido

no Amor compreendido.

 

Sorri feliz meu coração

por alguém dar-me a mão

afagar meus cabelos e, olhos

nos olhos, suavemente dizer…

Não tenhas medo!

  

(Desligar, p.f. a música de fundo para ouvir o vídeo)

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