01
Mai13
Vida
Otília Martel
Nos meus olhos sinto o oceano desaguar lentamente no teu abraço e na minha pele depositas um longo beijo que abrasa meu corpo, serenando meu espírito repleto de ternura e no teu corpo me enlaço.
Desnudas o sonho da palavra que nada diz e o silêncio quebra-se como rocha, que não sente ternura porque
no cruzamento
da vida
tantas vezes
vivida
alegre
doce
outras,
amarga e triste,
mas
aberta à alegria
do contentamento
em que a chuva
não apaga
as marcas
deixadas
numa vida
sentida
ao sabor
do destino
que não somos nós
que o criamos,
mas ajudamos
a existir.
in, Menina Marota,
Um desnudar de alma, a págs. 62, PapiroEditora